Nem sempre dá para ganhar
Ganhar, ganhar e ganhar…
Admito, sou muito competitivo. Não gosto de perder nem campeonato de purrinha. Eu e a derrota não nos damos muito bem.
Quando eu era pequeno, perdia, chorava. Com o passar do tempo, comecei a ficar chateado. Hoje, ah, hoje continuo não gostando de perder, mas, a vida traz seus ensinos e você começa a lidar melhor com as derrotas, afinal de contas, você vai mais perder do que ganhar enquanto viver. Destarte, fui me adaptando e quando o adversário era muito grande eu fazia o que faz todo bom competidor: treinava até ganhar? Não, desistia antes que ficasse muito feio. Alguém aí consegue montar aqueles cubos mágicos? Eu desisti. Se for para sofrer e perder, fiquei só no jiu-jitsu e xadrez mesmo.
Outras “estórias”
Mas como disse, a vida vai te ensinando a lidar com isso. Certo dia, aquela mesma turma do UNO e da PESCARIA, partiu para Juiz de Fora. Objetivo: Paint ball e corrida de Kart. Vamos explicar as derrotas uma por uma.
A vida
No paint ball fizeram uma divisão esquerdista onde ficou eu, as crianças, gente que não sabe atirar, gente que tem medo até de bombinha de são joão, esqueceram, apenas, de colocar as cotas, do tipo, um tiro mata três, ou coisa parecida. A derrota era inevitável. Igual o time do Vasco: feito para perder.
Já que havia pago para perder era hora de ver como eu lidaria com a derrota. Assim o fiz. Coloquei como meta: sentar tiro em dois colegas rivais; um que era polícia da minha turma e outro paisano cheio de marra da minha cidade. Pronto.
Após perder o jogo de maneira vergonhosa, saí de cabeça erguida. Meu colega policial estava com uma camisa preta com tanta marca amarela de tinta dos tiros que tomou que não houve nem aquela zoação básica do vencedor. E meu amigo conterrâneo, bem, esse traz até hoje marcado em seu corpo, as marcas dos tiros (isso porque eu respeitei os limites e distâncias).
Fomos para o Kart. Esqueci de dizer: tenho um primo mais competitivo que eu. Seu objetivo não é somente ganhar, mas ganhar de mim, especificamente. Ele aprendeu com os Mamonas “Te falei que o importante é competir mas te mato de pancada se você não ganhar”.
Volta daqui, volta de lá e ele “ganhou”. Ocorre que o computador colocou que eu fiquei a frente dele e aí já sabe, né, vale o que está escrito. Acho que ele está até hoje brigando com o cara que opera o computador lá.
A polícia
Na polícia também é assim. Você forma e quer ganhar sempre. Sai batendo viatura, correndo feito um maluco. Com o passar do tempo, aprende a administrar suas derrotas e comemorar suas pequenas vitórias.
Nem sempre você acha a arma ou a droga do sujeito que correu de você, mas já é bem legal ver ele voltando pra casa a pé pois o veículo foi guinchado.
Nas derrotas, há sempre vitórias.
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Amigo Wesley,
A maturidade na profissão ajuda muito, mas continuo em busca de mais vitórias, apesar que aceito bem as derrotas.
TB estou assim. Treino, estudo, oro, pra ganhar, mas infelizmente, perder TB faz parte do jogo.
Meu caro,
“não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.
Ótimo texto, parabéns!!!
Valeu dilminha.
Perder é muito ruim, mas eu vejo na derrota uma forma de aprendizado. Pois é aí que nos esforçamos para melhorar e assim alcançarmos a Vitória!
Com certeza.
Muito bom o texto
Vlw.
Perder faz parte da vida. Temos que entender os erros e buscar melhorar, sempre.
Mas perder igual o Vasco, aí já é demais. Ninguém aguenta kkk
Conta pro Cmt então…kkkk
Prezado amigo Wesley
Como já me acostumei a perder na vida e no serviço policial, tudo ficou mais fácil.
Esta percepção é o elixir da vida. Aprendi isto com meu filho de cinco anos. Ele não aceita perder nenhuma brincadeira que fazemos juntos. Mas faço questão de disputar sem piedade para ele se acostumar com a decepção e buscar sempre o aprimoramento. Resumindo: ele está melhorando suas habilidades, já me vence algumas vezes por mérito e está começando a aceitar algumas derrotas.
O que ainda me irrita é que ele às vezes quer mudar as regras do jogo quando está perdendo. Aí que pego mais pesado e encerro a brincadeira. O jeitinho brasileiro começa assim, nas simples brincadeiras.
Isso mesmo. Vai treinando seu filho. Tô treinando o meu aqui.
A questão do ganhar e perder é paradoxal, pois tanto ganhar sempre, quanto perder sempre, são amplamente nocivos a nossa saúde mental. A solução para uma vida saudável seria buscar uma alternância nos resultados e uma eficaz estratégia na escolha das disputas. Na arte de polícia então!!! O filósofo contemporâneo Miquéias diria…siga o protocolo!
É. Segue o protocolo.
Você tocou num ponto que eu sempre me pergunto: o que leva um policial a se expor tanto, se nem a sociedade espera isso dele? O que leva um policial a atirar num carro/meliante em fuga, em uma rua movimentada? Se ele acertar o bandido, ninguém vai sequer saber seu nome. Mas se matar um civil o cara vai ficar famoso, pra pior.
Acho que falta um doutrinação maciça por parte do comando, tipo: escuta aqui soldado: se o bandido correu, você perdeu. Simples assim: perdeu playboy. Vida que segue. Tem mais bandido por ai.
O problema é que se deixar pra lá toda vez, a situação que já é difícil vai ficar pior.
São muitos os casos de civis inocentes mortos por tiros de militares aqui em MG?
Cada dia em nossa vida, seja ganhando ou perdendo é um aprendizado novo. O importante é mantermos firmes nesta batalha, sairmos de cabeça erguida, mantendo-se com os pés no chão.
Belo comentário amigo.